top of page
Buscar

Rogelio Furé: o colonialismo português na África analisado de Cuba

Foto do escritor: Pedro Lucas Gil SilvaPedro Lucas Gil Silva

Um importante intelectual cubano, Rogelio Furé ainda é, infelizmente, pouco conhecido no Brasil. Com uma trajetória dedicada ao estudo e à defesa das influências africanas na sociedade cubana, apresentamos a primeira tradução para o português de um texto seu, onde analisa as consequências do colonialismo lusitano na África, bem como suas relações com as lutas anticoloniais de seu tempo.


Rogelio Martínez Furé (Reprodução).
Rogelio Martínez Furé (Reprodução).

Tradução e introdução por Pedro Silva


Rogelio Martínez Furé (1937-2019) foi um dos maiores intelectuais cubanos. Poeta, folclorista, professor, tradutor, compositor, ensaísta e etnólogo, foi um profundo pesquisador das tradições culturais afrodescendentes em Cuba e na América Latina como um todo. Publicou diversos livros e ensaios, que exploram, principalmente, as influências religiosas, mitológicas e artísticas da população negra. Trabalhou no Instituto de Etnología y Folklore, fundou Conjunto Folklórico Nacional de Cuba e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelo Instituto Superior de Arte de Havana.


Infelizmente, seu trabalho ainda é pouco conhecido no Brasil, não tendo nenhuma tradução de seus textos até o momento. Sobre a África insurgente é o primeiro capítulo do livro Diálogos Imaginarios, publicado pela primeira vez em 1979, uma coletânea de textos que fala sobre o continente africano e suas relações com Cuba. Em uma demonstração de domínio teórico e erudição, Furé traça um breve histórico do colonialismo português na África, relacionando-o com os primórdios do capitalismo e a acumulação primitiva de capital, que mais tarde consolidaria o domínio europeu sobre o mundo. E para além de uma simples análise, o autor também relaciona as lutas de libertação nacional de todos os povos sujeitados pelo colonialismo e o imperialismo com o histórico insurgente dos povos africanos. Seus principais livros são: Poesía yorubá (1963), Poesía anónima africana (1968), Ibeyi Añá (1969), Diálogos imaginários (1979) e Diwan africano (1988).


Que a publicação deste texto abra caminhos para que seja feita justiça à história e ao legado de Rogelio Furé, que tanto saudou a presença e a resistência dos povos africanos no Brasil e se mostrou muito atento às discussões sobre esse tema em nosso país, como é explícito nas referências que utiliza. A unidade latino-americana e o avanço na superação da condição de subdesenvolvimento imposta às populações do continente como um todo dependem do compromisso com o estreitamento dos laços entre nós, no sentido de entender as amarras comuns que impedem nosso progresso. Furé é, sem dúvida, um tijolo indispensável na construção dessa unidade e de um futuro possível.

 

Sobre a África insurgente que os colonialistas chamaram de “portuguesa”


Por Rogelio Martínez Furé

Ao meu irmão angolano Saydi Mingar, assassinado por traidores

 

No dia 4 de fevereiro de 1961, um grupo de heroicos militantes atacou a prisão de São Paulo em Luanda, capital da chamada província ultramarina de Angola, para libertar seus irmãos encarcerados. Assim começou, naquele pedaço do continente africano, a luta armada que destruiria o mais antigo império colonial europeu. Mais uma vez, as figuras imortais de Ngola Kiluanyi e da sua filha Nzinga Mbandi Ngola[1] pareciam pegar em armas à frente de seu povo, como quatro séculos antes, para expulsar, desta vez definitivamente, o odiado invasor português.


Em 23 de janeiro de 1963, a milhares de quilômetros de distância, outro grupo de insurgentes desencadeou a guerra de independência em outra porção de terras africanas saqueadas por Portugal: a Guiné-Bissau. Finalmente, no dia 25 de Setembro de 1964, a chama purificadora da revolução incendiou Moçambique, às margens do Oceano Índico, a outra mal denominada província ultramarina portuguesa.


Assim, essas três datas deram início ao capítulo final da presença portuguesa na África, uma das páginas mais vergonhosas da história da humanidade: cinco séculos de saques, crimes, desculturação, etnocídio e miséria, impostos sob o signo da cruz e da espada.[2]


Entre os “privilégios” históricos que devemos apontar a favor das classes dominantes portuguesas podemos citar: o de terem apoiado economicamente as primeiras viagens de exploração às costas ocidentais da África, na sua ânsia de encontrar um caminho para as distantes terras asiáticas, cujos produtos eram exigidos pelos mercados europeus após a tomada de Constantinopla pelos turcos e a interrupção das rotas comerciais que supriam essas necessidades ao longo da Idade Média.


O notável desenvolvimento dos conhecimentos marítimos alcançados em Portugal no século XV permitiu aos valentes agentes da coroa portuguesa enfrentar todos os riscos que o Mar Tenebroso[3] escondia, lutando em seus pequenos navios contra as correntes marítimas, os ventos contrários, os bancos de areia, etc. No século em questão assistiu-se ao início do que se chamaria revolução mercantil, período de acumulação primitiva de capital, que atingiu seu ápice entre os séculos XVI e XVII. Portugal foi o país que inaugurou o expansionismo europeu para outros continentes nos tempos modernos.


Em 1415 seus soldados atacaram e tomaram Ceuta, no Marrocos.


Em 1434 seus navios regressaram ao Cabo Bojador.


1441-1442: passam pelo Cabo Branco.


1446: após contornar as costas inóspitas da atual Mauritânia, seus homens avistaram o verde estuário do rio Senegal e descobriram Cabo Verde... A partir de então a Coroa organiza e apoia estas viagens exploratórias, em busca de ouro e especiarias . O resto é história da infâmia conhecida; O Papa concedeu a Portugal através de uma bula (1442) todas as terras entre o Cabo Bojador e a Índia. Mesmo antes de serem descobertas!


O resto do século XV assistiu ao avanço incontrolável dos navios portugueses em direção ao


Extremo Oriente. As datas são evidentes:

1448: chegam ao rio Gâmbia.


1445-1456: são descobertas as ilhas de Cabo Verde.


1460: chegam à Serra Leoa.


1462: passam pelo Cabo Palmas, na atual Libéria.


1471: chegam ao que chamam de Costa do Ouro (hoje Gana).


1470-1471: descobrem as ilhas de São Tomé, Príncipe, Fernão do Pó e Ano-Bom, no Golfo da Guiné.


1482: chegam à foz do rio Congo.


1497: contornam o extremo sul do continente (Cabo das Tormentas, mais tarde renomeado Cabo da Boa Esperança); e finalmente navegam pelas águas do Oceano Índico e visitam as grandes cidades suaíli da costa oriental africana, até mais tarde desembarcarem na tão almejada Índia.


1491: outra expedição portuguesa, através do Mediterrâneo oriental e do Mar Vermelho, chega à Etiópia.


O ouro e as preciosas especiarias exóticas enriquecem Portugal e, com isso, outro dos grandes “méritos” atribuíveis à sua monarquia: Portugal foi a primeira nação europeia a iniciar o comércio de escravos nos tempos modernos. Em 1470, entraram naquele país duzentos escravos negros, adquiridos pelas primeiras expedições dedicadas ao comércio de mercadorias humanas.


Depois chegaram à África os navegadores, os missionários, as embaixadas e, finalmente, os colonos. E o que eles encontraram? Pessoas nos mais distintos estágios de civilização: algumas vivendo em plena comunidade primitiva e dependendo de uma economia autossuficiente; outros, nos “feudalismos integrados nos complexos circuitos comerciais estabelecidos com o mundo mediterrânico ou com os estados do Sul da Arábia, da Pérsia, da Índia e mesmo da China”. Alguns viviam em aldeias de cabanas de palha; outros faziam parte de reinos poderosos com grandes aglomerações urbanas, palácios, grandes jardins, fortalezas, mesquitas ou igrejas escavadas na rocha e avenidas arborizadas, adorando os seus deuses ancestrais ou as forças da natureza, ou eram muçulmanos e até cristãos.


Diante dos olhos atônitos dos portugueses se sucederam: Marrocos, Benin, o reino do Congo, as cidades suaíli de Sofala, Moçambique, Malindi, Kilwa, Pemba, Máfia, Zanzibar, Pate, Lamu, Mombasa e outras; e, finalmente, o lendário reino de Preste João, a Etiópia cristã, destacada em seus planaltos.[4]


Toda uma humanidade diversa, contraditória, com a sua luta de classes, de “tribos”, de clãs, de linhagens, de religiões; em suma, vivendo sua própria história.


Portugal estimulou querelas entre reinos vizinhos, fez intrigas, enganou, apoiou com seus canhões e mosquetes as aspirações expansionistas de uns líderes contra outros, enviou embaixadas para conquistar o favor de monarcas poderosos, subornou, transformou alguns povos em seus aliados para a escravização de seus rivais. Todos os métodos que já conhecemos e que os espanhóis também aplicaram posteriormente na nossa América!


E contra aquelas cidades e chefes que se opuseram a eles lutando pela própria liberdade: submissão pelo fogo e os tiros de canhão. E contra aqueles povos que constituíam rivais de suas aspirações hegemônicas ao comércio no Oceano Índico, como os suaíli: submissão pelo fogo e os tiros de canhão. E diante daquela gente que se recusou a aceitar a vassalagem imposta pelo rei de Portugal e o pagamento de tributos: a submissão pelo fogo e os tiros de canhão.


Saques e incendiamentos de cidades e vilas, escravização de homens e mulheres e sua transferência para o Brasil para trabalhar nas plantações e nas minas, despojo pessoal para os soldados libertados das prisões, foram os principais objetivos dos portugueses logo após entrarem em contato com os povos africanos. Hans Mayr, um alemão que os acompanhou nessa época (1505) em uma de suas viagens, deixou algumas descrições vívidas dos métodos lusitanos; neste caso, sobre o incendiamento e saque de duas grandes cidades da África Oriental, Kilwa e Mombaça...[5]


Existem numerosas e sólidas casas em Kilua, com vários andares de altura. São construídos em pedra e argamassa e rebocados de acordo com diversos desenhos. Assim que a cidade foi tomada sem resistência, o Vigário Geral e alguns padres franciscanos desembarcaram carregando duas cruzes em procissão e cantando o Te Deum. Marchamos até o palácio, onde foi colocada a cruz, e o Grande Capitão rezou. Então começaram o saque de todas as mercadorias e provisões da cidade.


Dois dias depois, incendiaram tudo.


De Mombaça, cantada pelos poetas suaíli, ele nos conta:

O Grande Capitão ordenou que a cidade fosse saqueada e que cada homem levasse para seu navio tudo o que encontrasse: para que no final houvesse uma divisão do saque, e ele receberia uma vigésima parte do que encontrasse. A mesma regra se aplicava ao ouro, prata e pérolas. Então cada um começou a saquear a cidade e a revirar as casas, forçando as portas com machados e barras de ferro. Havia na vila uma grande quantidade de tecido de algodão destinado a Sofala, porque todo o litoral recebe esses tecidos daqui. Portanto, o Grande Capitão reteve para si grande parte do comércio de Sofala. Apreenderam uma grande quantidade de roupas caras, bordadas em prata e ouro, e também tapetes; uma delas, de beleza ímpar, foi enviada ao Rei de Portugal juntamente com muitas outras coisas de valor.


A sangria de milhões de homens nas terras da América, a destruição dos antigos circuitos comerciais, as técnicas armamentistas mais desenvolvidas dos europeus, os grandes deslocamentos e extermínios de povos inteiros, a pilhagem mais brutal, a barbárie imposta em favor dos interesses econômicos dos invasores, determinaram o colapso do continente africano. Pode-se afirmar que com a chegada dos portugueses foi iniciado o processo de subdesenvolvimento de África e o seu progressivo despovoamento. Processo que se estende por mais de cinco séculos. O esplendor da Europa burguesa elevou-se em grande medida, sem dúvida, acima dos cemitérios dos povos africanos. Mas se em muitos casos tudo isso foi possível devido à cumplicidade de alguns chefes e povos – especialmente aqueles que viviam no litoral (com o surgimento de poderosos Estados escravistas que foram agentes fundamentais da exploração portuguesa, e depois das outras potências negreiras que substituíram os lusitanos no tráfico) –, nem sempre foi assim, e em outras regiões a resistência popular contra os invasores e seus cúmplices autóctones foi efetivamente organizada: a história preserva os nomes de Ngola Kiluanyi e de sua filha Nzinga em Angola, de Bula Matadi no Congo, de Yon Gato e do escravo Amador em São Tomé e Príncipe, e a memória de povos como os mazimba e os makuá em Moçambique, para citar apenas alguns entre a extensa legião de eternos defensores da liberdade africana desde a chegada dos colonialistas nos séculos XV e XVI. Resistência efetiva, pois a dominação europeia só se concretizou nos pontos do litoral onde foram construídas fortalezas e feitorias, e apenas no final do século XIX e início do século XX é que se deu uma verdadeira ocupação e controle dos territórios do interior pelas diferentes potências colonialistas.


Seguindo os passos de Portugal, Inglaterra, Espanha, França, Holanda e Dinamarca se empenharam vorazmente para participar na grande festa do tráfico, cujos benefícios contribuíram muito para a concentração de capitais no norte da Europa naquele período de acumulação primitiva, onde o capitalismo industrial emergiria poderosamente.


E depois da alardeada missão civilizadora das oligarquias portuguesas na África, qual era a realidade em seus territórios controlados após cinco séculos?: uma taxa de analfabetismo terrivelmente elevada, o fracasso da política hipócrita de assimilação, um dos mais baixos padrões de vida do mundo, uma terrível taxa de mortalidade infantil, a escravatura moderna (o sistema de contratado) e a exploração, exploração, exploração... A resposta do povos de Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique contra o colonialismo português: só a luta armada poderia erradicar este estado de coisas.[6] E estes povos irmãos, guiados por líderes esclarecidos, souberam encontrar o caminho para a recuperação da sua humanidade....


Parte da nossa história e cultura está intimamente ligada à desses territórios que hoje lutam por sua libertação definitiva, pois milhares de seus homens e mulheres chegaram em Cuba como cativos durante os séculos de dominação hispânica.[7]


Da Guiné-Bissau e das Ilhas de Cabo Verde podemos citar os bioho, cabo verdes, fula e mandinga.


De Angola: os angola (ou engola), banguela (banjela ou benguela), bosongo (basongo ou musongo), cabenda (ou cabinda), congos reais (bakongo de Mbila – mais tarde renomeada San Salvador, capital do reino do Congo, localizada no norte da atual República Popular de Angola), kisama (ou quisiama), loanda, mayaca, mayombe, musombo, musoso, musundi e mundamba (ou mundembo).


De Moçambique: os cambaca, os makuá e os mozambique (ou maçambique).

Algumas cidades cubaníssimas mantêm nomes, como Songo e Hongolosongo (Angola-Songo), na província oriental, e Cambute, na província de Havana, vindos das heroicas terras angolanas.[8] Através dos bateys,[9] vilas e cidades das províncias de Matanzas e Las Villas, principalmente, ainda há anciões que cantam músicas antigas, nascidas no país makuá, já cubanizadas nos dias atuais, como este cântico fúnebre que registrei há alguns anos (1970):


Ma fandía dukende

mamba ó

ma fandía dukende

mamba me carrega.

Ou esse canto que os congos reais entoavam para iniciar suas festividades:

– Endiwe endiwe endiwe endiwe sabaniye.

– Óóó endiwe sabaniye.

Ou como este refrão de guerra que herdamos dos benguela:

– Oié oié Gangá Zumba kásendá...

– Oié oié Gangá Zumba kásendá...


São cantados por anciões cujos olhos brilham enquanto nos contam, cheios de admiração, como os angola, que se rebelavam muito contra o cativeiro, “um dia voltaram voando para a África”. Lenda que percorre o interior cubano de Matanzas e Las Villas, talvez baseada em algum grande suicídio coletivo cometido por homens dessa origem e profundamente gravado na memória popular.


E tal como Cuba, onde “a seiva africana ferve nas nossas veias, na nossa cultura e na nossa história e rega generosamente os sulcos da pátria, desde os tempos sombrios da escravatura até à brilhante vitória de Playa Girón”, como dizia Raúl Roa, os outros povos da América são também tributários e herdeiros destes homens,[10] pois a rapina portuguesa forneceu braços cativos a todo o continente. Com eles recebemos também o espírito de rebelião, a tradição de luta[11] que Ngola Kiluanyi e Nzinga Mbandi encarnaram.


Os primeiros rebeldes africanos e seus filhos crioulos criados nas montanhas e nas selvas da América reagiram contra o sistema colonial que os explorava, para salvar suas vidas e os restos de suas culturas esmagadas e reprimidas pela escravidão; as gerações nascidas a partir da segunda metade do século XVIII, e especialmente durante o século XIX, começaram a compreender gradualmente que a exploração não se limitava a oprimir apenas seu grupo, mas que outros setores da população dos distintos países onde habitavam também eram vítimas, e fizeram causa comum com eles para se libertarem do jugo colonial, engrossando as fileiras dos exércitos de libertação continental. O século 20 trouxe para muitos desses descendentes de cativos africanos a ideologia marxista-leninista, o que lhes permitiu compreender a natureza econômica da luta de classes e a desumanização inerente ao sistema capitalista. Estes ilustres homens passaram de uma visão estreita dos problemas de seu grupo étnico para outra, de natureza mais universal, e encontraram a única explicação justa e verdadeira: os exploradores vivem parasitariamente das massas trabalhadoras, independentemente das suas características étnicas e nacionais; a luta de todos os explorados contra seus exploradores “nacionais” ou “estrangeiros” é uma necessidade imperativa para os povos do mundo. Sem dúvida que, tal como a Argélia, Cuba e o Vietnã, os povos daquela África insurgente, que os colonialistas chamaram de “portuguesa”, vencerão.


[1] SOROMENHO, Castro. “Jinga, reine des ngolas”. Révolution, Paris, p. 58-68, out./nov. 1962.

[2] DAVIDSON, Basil. Le reveil de l’Afrique. Paris: Ed. Présence Africaine, 1957.

______. The African Past. Chronicles from Antiquity to Modern Times. Harmondsworth: Penguin Books Ltd., 1966.

______. Les africains. Paris: Eds. Du Seuil. 1971.

NEWBURY, C. W. The western slave coast and its rulers. Londres: Oxford at the Clarendon Pressa, 1961.

Le dossier Afrique. Verviers: Marabout Université, 1962.

SIK, Endre. Histoire de l’Afrique noire (vol. 2). Budapeste: Akadémiai Kiadó, 1965.

[3] O Oceano Atlântico era chamado de “Mar Tenebroso” no período das Grandes Navegações devido ao medo e às incertezas que inspirava, alimentados por mitos de monstros marinhos, lendas sobre o fim do mundo e a falta de conhecimento sobre suas extensões inexploradas até aquele momento. Além disso, as condições adversas de navegação, como tempestades e correntes perigosas, reforçavam sua fama de misterioso e assustador (N.T.).

[4] ULLENDORFF, Edward. The ethiopians, an introduction to country and people. Londres: Oxford University Press, 1960.

[5] DAVIDSON, Basil. Op. Cit., 1966, p. 141-142.

[6] DAVIDSON, Basil. Op. cit., 1957.

[7] ORTIZ, Fernando. Los negros esclavos. Havana: Revista Bimestre Cubana, 1916, p. 25-49.

ROJAS, María Teresa de. Archivo de protocolos de La Habana, 1586-1587 (3 vol.). Havana: Burgay y Cía., 1950.

CHAPEAUX, Pedro Deschamps. “Cabildos sólo para esclavos”. Cuba (La Habana), n. 7, janeiro, 1958, p. 51.

[8] ORTIZ, Fernando. Op. cit., p. 51.

[9] Batey é um tipo de assentamento estabelecido em torno de usinas de açúcar onde habitam os trabalhadores e trabalhadoras da indústria canavieira. É uma denominação comum na República Dominicana e Porto Rico, além de Cuba (N.T.).

[10] RAMOS, Arthur. Las culturas negras en el Nuevo Mundo. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 1943.

BELTRÁN, Gonzalo Aguirre. La población negra de México. 1519-1810. Estudio etnohistórico. Cidade do México: Eds. Fuente Cultural, 1946.

BASTIDE, Roger. Les Ameriques Noires. Les civilisations africaines dans le Nouveau Monde. Paris: Payot, 1967.

NETO, Paulo de Carvalho. El negro uruguayo. Quito: Ed. Universitaria, 1965.

DEBIEN, Gabriel. “Les origines des esclaves des Antilles”. Bull. de l’I.F.A.N. (Dakar), julho-outubro, 1961; janeiro-abril, 1964; julho-outubro , 1965.

[11] FRANCO, José Luciano. Los palenques de los negros cimarrones. Havana: Ed. Departamento de Orientación Revolucionaria del Comité Central del Partido Comunista de Cuba, 1973.

CARNEIRO, Edison. Guerra de los Palmares. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 1946.

APTHEKER, Herbert. American Negro Slave Revolts. Nova York: Columbia University Press, 1945.

ORTIZ, Fernando. Op. cit., 1916, p. 391-436.

AGUIRRE, Sergio. “Esclavitud y abolicionismo”. In: Ecos de caminos. Havana: Ed. de Ciencias Sociales, 1974, p. 97-116.


Comments


bottom of page