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O mundo fantástico de Renato Feder

Renato Feder, secretário de educação do Estado de São Paulo.
Renato Feder, secretário de educação do Estado de São Paulo.

Antes do ano letivo começar em 2025, enquanto os professores e equipes gestoras estavam em planejamento, Renato Feder fez uma live ao vivo para falar com a rede educacional. Nesta ocasião, Feder deixou bem claro que os diretores das escolas que não atingissem as metas seriam punidos, deixando toda a rede educacional perplexa, já que era a primeira reunião do secretário da educação com a rede. Naquele momento, já tinha ficado claro que o ano letivo de 2025 seria um dos mais difíceis. Depois de ter passado o primeiro bimestre, isso ficou nítido. O segundo bimestre mal começou, e os professores já estão exaustos, olhos cansados, olheiras e muito estresse têm acompanhado os profissionais da educação paulista. Toda semana ficamos sabendo de algum professor que tirou licença saúde, seja pela síndrome de burnout, ou porque chegou no seu limite emocional. 


De olho nas eleições, Tarcísio de Freitas e o seu secretário de educação estão mais atrapalhando do que ajudando. No primeiro bimestre, o governo criou dezenas e dezenas de provas, criando simulados e mais simulados visando o IDEB - (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Por outro lado, os professores ficam sem dar as suas aulas e, ao invés disso, ficam aplicando prova do governo. Isso quando as escolas são avisadas de última hora que precisa aplicar determinada prova e toda aula que aquele professor planejou vai por água abaixo. 


Sem dar autonomia para os professores e para as escolas, Renato Feder vem fazendo uma gestão a mão de ferro. Sem conhecer a realidade paulistana, o secretário da educação criou um mundo fantástico em sua cabeça, onde parece estar na Noruega ou Finlândia – países caracterizados por terem uma ótima educação. 


Multiplica 


Sem dar autonomia para os seus professores, a gestão Renato Feder criou o programa multiplica, programa de formação continuada da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que tem como objetivo aprimorar as práticas pedagógicas e o conhecimento dos professores da rede estadual. Este programa foca na colaboração entre pares, onde os professores se tornam também formadores, compartilhando experiências e conhecimentos para solucionar desafios da sala de aula. Na teoria esse programa até pode parecer interessante, no entanto, na prática, esse programa funciona como um curso que todos os professores são obrigados a fazer, e caso o professor não se inscreva, ele pode ser punido no final do ano, já que um dos critérios para o professor continuar na mesma escola no ano seguinte é realizar esse curso. As escolas têm utilizado desse critério para ameaçar os professores. Muitos professores não conseguiram escolher um horário dentro do seu horário de trabalho, para poder realizar esse curso, muitos estão fazendo depois do seu horário de trabalho o que tem contribuído para os afastamentos por questões de saúde mental. Muitas escolas do Estado de São Paulo são de tempo integral, onde os professores passam 9 horas dentro da escola. Agora imagina ter que chegar em casa e ao invés de poder descansar, ter que ligar o notebook novamente para poder realizar esse curso? 


Plataformas 


Como eu já tinha denunciado aqui anteriormente no meu primeiro texto publicado aqui na revista¹ as plataformas seguem a todo vapor, metas e mais metas são estipuladas pela Secretaria da Educação, de todo lado que você olha os professores estão carregando carrinhos cheios de notebook da Multilaser, empresa na qual o Renato Feder era o CEO, e ainda é o maior acionista da empresa.  


As plataformas têm tirado a autonomia dos professores, que, ao invés de estarem dando aula, estão como monitores de plataformas. 


Greve


A única saída possível para os professores manterem a sua saúde mental e conseguirem chegar até dezembro sem ter tirado nenhuma licença saúde é a greve que está sendo articulada pela APEOESP.


Entre as reivindicações estão:


• Reajuste imediato de 6,27% no salário-base, referente à atualização do Piso Salarial Profissional Nacional, para todos os professores, ativos e aposentados;

• Descongelamento do reajuste de 10,15%, garantido por decisão do Supremo Tribunal Federal desde 2017, mas ainda não concedido pelo governo 

• Plano de reposição do poder de compra dos salários dos docentes;

• Climatização das salas de aula em toda a rede estadual, diante das sucessivas ondas de calor

• Reabertura de classes fechadas (sobretudo no noturno), direito de os professores se alimentarem nas escolas, contratação direta pelo estado de professores e demais profissionais da educação especial, sem terceirização.


Segunda presidenta do sindicato, a deputada estadual Maria Izabel Noronha, a Professora Bebel (PT), afirmou que a condição da categoria é cada vez pior. “Pressão por resultado, assédio moral nas escolas, baixos salários, falta de profissionais, péssimas condições de trabalho¨ Listou. 



Referencias:



 
 
 

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