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Brasil, um país “de ricos”?

Foto do escritor: Clio OperáriaClio Operária

Por Reinaldo Gomes


Jorge Paulo Lemann, o maior bilionário do Brasil. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/perfil/jorge-paulo-lemann/
Jorge Paulo Lemann, o maior bilionário do Brasil. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/perfil/jorge-paulo-lemann/

A recente repercussão do “caso do PIX”, lança luz sobre uma sociedade que tem uma visão distorcida de si. Segundo dados do IBGE, apenas 5% da população brasileira possui uma renda mensal superior a R$ 5000 e 90% da população sobrevive com uma renda mensal inferior a R$3500. Esse dado alarmante cristaliza a grande desigualdade social do nosso país e a necessidade de políticas que contribuam para uma maior distribuição de renda. 


As mudanças - já revogadas - no “caso do PIX”, não representavam nenhuma ameaça à população brasileira, sobretudo, aos 90% que convivem com as dificuldades de  sobreviver com um salário inferior a R$3500 ou até mesmo, com apenas uma aposentadoria ou o auxílio de um salário mínimo. Desta forma, qual o motivo de tanto alarde? O medo!


Para o trabalhador e a trabalhadora, o medo é uma emoção constante e ameaçadora. O medo de não conseguir pagar o aluguel, de não conseguir alimentar seus filhos, de não conseguir realizar seus sonhos. É na esperança de um futuro melhor, que reside a força diária para suportar mais um dia de trabalho. Desta forma, quando uma fake news é lançada, ameaçando tirar o pouco que o trabalhador possui, o medo age e se manifesta como revolta, sem que ao menos a população cogite buscar informações. 


O leitor e leitora agora pode estar se questionando - até mesmo afirmando - que nem todo mundo é assim e eu concordo, mas fato é que boa parte da população reclamou e reproduziu falas de fake news e, mais uma vez, o medo de uma futura taxação nas movimentações via PIX foi instaurado. 


Ao revogar as alterações no PIX, o governo brasileiro reconhece a força da classe trabalhadora e os riscos que o medo pode provocar. Infelizmente, a força dos trabalhadores foi mais uma vez manipulada para atender aos anseios da classe média, que não diferente dos 90% dos trabalhadores, também possuem uma renda mensal inferior a R$3500 e uma visão distorcida de si. Vantagem para o 1% da população mais rica, que garante a continuidade de seus privilégios. 


A esperança é uma forte aliada para vencer o medo. A esperança de um futuro melhor pode fornecer à classe trabalhadora a força necessária para lutar, não apenas por uma melhoria de vida, mas para uma sociedade mais justa e igualitária. A fé é o combustível da esperança, é necessário acreditar que é possível alcançar uma vida mais tranquila e que uma sociedade mais justa não significa dividir o pouco, mas sim ter um pouco mais, não apenas para si, mas para todos.


REFERÊNCIAS


Fonte: Fonte: IBGE, PNAD Contínua, 2021 e Critério de Classificação Econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). 



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