top of page
Buscar

ROTEIRO [T05E01] A prisão e a luta: Abdullah Öcallan e Carlos Marighella - Caverna do Morcego

** Roteiro de vídeo disponibilizado no youtube para a playlist sobre lei de drogas, encarceramento em massa e violência policial para o canal Caverna do Morcego: https://youtu.be/bPePNCBHbBE


É Steve Biko, lá em 1971, quem fala sobre “a mente do oprimido”, como uma arma poderosa, que pode ser posicionada para questionar a estrutura social de poder, colocando esse elemento através da Consciência Negra, que faria com que “ao final desse processo”, não se permita mais “rebaixá-lo como ser humano” [1]. Ou seja, as situações de dominação colocam a brutalidade do sistema na nossa cara, se banhando no nosso sangue. Isso é visto em uma das pessoas centrais para este episódio, Abdullah Öcalan, que desde a prisão em Imrali, escreve que ali “se tornou um verdadeiro campo de batalha para a realidade, no que diz respeito à compreensão do fenômeno dos curdos e da questão curda, assim como a construção das possibilidades para uma solução”, afirmando que do lado de fora seria complicado “desenvolver as ideias relacionadas com a filosofia política que” ele expressou [2]. 


Os escritos do cárcere serão, então, centrais nessa nova temporada da nossa saga que desbrava as estruturas que buscam decidir como devemos viver, através de leis, caçadas e estruturas de desumanização. Mas, como diz Marighella, nossa outra personagem importante para esse vídeo: “mesmo algemados e nos cárceres da reação, somos mais fortes e poderosos do que eles, porque representamos o socialismo que nasce contra o capitalismo que morre. Façam o que fizerem os cães da fila do imperialismo, a vitória é nossa” [3].

Eu sou o Marcos Morcego e estou aqui para darmos início à quinta temporada de episódios sobre Lei de Drogas, Encarceramento em Massa e Violência Policial. Passados nossos debates sobre violência policial, nas primeiras temporadas, e nas mais recentes sobre lei de drogas, começaremos a abordar a questão das prisões. Com a ideia de mostrar também uma pluralidade de elementos, ao se falar sobre a questão do encarceramento, visitaremos escritos que trazem perspectivas diferentes e elementos que se conectam, tanto para fugir de um debate puramente teórico, mas para demonstrar a vitalidade desse campo como base para diversas lutas. E, sempre que possível trazendo uma indicação de evento ou uma galera para acompanhar!


Sou comunicador político, aqui na Caverna do Morcego, e esse é um projeto que atravessou minha vida, tanto enquanto militância, quanto em trampos com editoras que apareceram, geralmente também vinculadas às lutas. Além desse quadro, aqui no nosso canal também temos o projeto de Leitura e Discussão, que são vídeos semanais, lendo e disponibilizando o pdf. Também temos nosso podcast: Caverna do Morcego, disponível em quase todos esses aplicativos que da pra ouvir coisa.


Não se esqueçam de: curtir, comentar e compartilhar. Também sigam nossas redes sociais: @morcego_marcos_ no instagram e marcosmorcego.bsky.social, no bluesky.

Agora os agradecimentos:

Autonomia Literária, em que temos o cupom #MorcegonaAutonomia rolando, que garante 20% de desconto em todos os produtos do site [4];


Clio Operária, nossa revista maravilhosa, em que produzo artigos e sou editor e que conta com uma equipe muito pesada [5]; Contando com uma coisa muito especial, agora os roteiros da nossa série sobre Lei de Drogas, Encarceramento em Massa e Violência policial, serão publicados no nosso site eihn?!


E Editora Terra Sem Amos, para o episódio de hoje os dois livros centrais são dessa editora que mora no nosso coração, sendo eles: Sobre minha vida carcerária na Ilha de Imrali, de Abdullah Öcalan e Se fores Preso Camarada, de Carlos Marighella [6]. Lembrando que todo nosso roteiro será disponibilizado no site da Clio Operária.

Nos primeiros momentos, se recusou a contar sobre como sobreviveu a um “isolamento que o sistema projetou especialmente para” Abdullah, finalmente, neste livro, temos um pouco do que foram “as práticas” desenvolvidas “contra esta absoluta solidão e inatividade”. Se, como ouviu de um ancião em sua infância, o autor “era tão vivaz quanto o mercúrio é fluido”, agora se sentia castigado, por estar preso.


No momento de escrita desse texto, já se faziam “doze anos em confinamento solitária”, 21 quando traduzido para o inglês, e agora sabem-se lá quantos. Uma prisão em que “o clima é ao mesmo tempo úmido e também severo. Faz com que sua estrutura se deteriore fisicamente. Acrescente-se a este isolamento estar em uma sala fechada”. Podendo ter um livro, ou um jornal e até uma revista, mas uma coisa de cada vez. Diz ele, “todo meu universo de comunicação consistia em visitas de meia hora do meu irmão a cada poucos meses, e minhas visitas semanais dos advogados”.


Desde o processo que gerou sua prisão, a tortura havia começado, primeiro sentenciado a morte, depois à prisão perpétua. Era o “líder nacional curdo”, tendo se transformado, ou sendo transformado “na própria síntese de milhões”. Então, para além do isolamento, ele sentia que sua produção com o povo em libertação havia sido “interrompida no meio caminho, dependendo de uma vida em liberdade”. Sua liberdade, e a liberdade dos próprios campos sociais eram privadas. E ali que, no sentido social, para ele, começa o encarceramento.


Mas é aí que algo muda, se transforma, algo que inclusive é um resgate da sua própria luta para seguir vivo. E para isso irei diretamente para as suas palavras:

“Para que eu desejasse uma vida livre, a sociedade à qual eu estava conectado precisaria ser livre. Ou, mais precisamente, a libertação individual não poderia acontecer sem a sociedade. No sentido sociológico, a liberdade do indivíduo se correlacionava plenamente com o nível de liberdade da sociedade. Aplicando esta hipótese ao povo curdo, foi minha percepção de que a vida dos curdos não era diferente de uma masmorra escura e sem paredes ao seu redor. Não apresento esta análise como um artifício literário. Esta é a verdade absoluta da realidade vivida”.


 Um dos grandes espaços da contradição da sociedade capitalista engolia mais uma pessoa que luta por liberdade. Apesar de uma punição individual, é um monstro que se desenvolve como instrumento de opressão, conectando as forças policiais e o sistema de leis, mas também, começa a se tornar um “complexo industrial”. Rosa Luxemburgo dizia, que quem não se move, não sente as amarras que te prendem. O encarceramento talvez seja um dos momentos em que as amarras mais nos espremem.


Se, segundo Abdullah, a prisão se relacionava diretamente com as condições do próprio povo, aqui não se torna diferente, olhando para o movimento de tomada sócioterritoriais, como é o caso do MST, observamos na legenda de uma foto de Sebastião Salgado o seguinte: “Ante a inexistência de reação por parte do pequeno exército do latifúndio, os homens da vanguarda arrebentam o cadeado e a porteira se escancara; entram; atrás, o rio de camponeses que se põe novamente em movimento; foices, enxadas e bandeiras se erguem na avalanche incontida das esperanças nesse reencontro com a vida”. Só a superação desse estado condicionado das coisas, somente com o movimento, sente-se essas amarras, saindo desse transe mecânico da sociedade capitalista.


É a consciência que aparecia em Biko, que ressurge nas ações de diversos movimentos, mas também na opressão espalhada pelo sistema coletiva e individualmente. A ruptura com o sistema aparece materialmente, mas também se rompe “com determinados padrões culturais hegemônicos, prepara o terreno para os aprendizados desdobrados das demais vivências”. É quando busca tremer tanto as coisas, que o muro não é mais lugar para ficar, a própria sociedade é obrigada a olhar e discutir seus horrores. Ou, como a referência à Pedro Tierra que Roseli Salete Caldart faz em seu livro Pedagogia do Movimento Sem Terra, é quando se forma “para a contestação social ou para a rebeldia organizada”. Quando ocupam “um latifúndio representa uma desobediência explícita, sem retorno. Quando o alicate morde o fio e o arame estala como a corda de um violino e a cerca vem abaixo, os sem-terra perdem a inocência”. O mundo é invertido, seus olhares, seus sentidos, suas vidas [7].

O sistema tenta nos forçar a engolir a ideia de que podemos viver individualizados, de que não precisamos da comunidade. “Esta convicção é uma falsa narrativa”. Não devemos romper esses laços, eles são “relacionados à percepção da realidade”. Se esse monstro se ergueu sobre nós, não significa que devemos aceitá-lo, e isso é negar, o individualismo e o sistema capitalista. Sendo fora dos muros, também o cárcere, esse é o cativeiro externo, para Abdullah Öcallan, o mais perigoso. Sendo assim, somente de uma forma a vida faz sentido, “que se passe cada minuto do dia lutando pela existência e liberdade dos curdos [e outros povos], e dos trabalhadores turcos [expandindo ao internacionalismo] sob as condições do capitalismo”. 


Se essa é a sociedade que se impõem, a guerra é um caminho lógico, e a prisão e a morte são grandes instrumentos para a manutenção da estrutura. Assim como é necessário que possamos enfrentar, “seria contrário ao próprio propósito de minha vida não poder suportar as condições da prisão. Assim como nenhuma forma de luta pela existência e liberdade é inevitável. Isto também é verdade para a prisão, porque também é uma exigência da luta por vida livre”. A própria existência da prisão, justifica que as condições vividas fora dela sejam percebidas enquanto liberdade. Mas será que é?


Guerrilhar pela liberdade, então, é algo que tem haver com a luta pela liberdade, “não é uma forma de construir influência ou poder pessoal. Isso não seria a luta pela liberdade, mas a luta pelo poder”. E qualquer lugar em que a liberdade não é tocada, “é um calabouço escuro”. A única resistência é a “consciência da realidade. A forte experiência da percepção da realidade relacionada à vida em geral é a obtenção do maior aproveitamento na vida, ou mesmo, no sentido da vida”. 


Esse papel da consciência aparece novamente aqui, sempre tocando esse limite da percepção com a realidade, que tem a ver com o sentimento prático da situação. Quando isso se conectou com a filosofia política, que vinha do marxismo-leninismo mas que havia sido distanciado na relação sobre Estado-Nação, é que se torna perceptível para Öcallan, que o Estado era uma criação ilusória, e que seria possível “uma modernidade democrática”, que deveria ser real e diferente da capitalista, e quando se concentrou “nos fenômenos sociais, ao entendimento de que a própria nação era a mais desconectada das realidades dos últimos séculos, que havia sido moldada sob a forte influência do capitalismo, e que o modelo de Estado-nação era uma jaula de ferro para as sociedades, percebi que a liberdade e a comunalidade eram conceitos mais valiosos”.


Então atingimos um ponto crucial dele, que enquanto um militante formado em ciência política, entendeu que as ciências sociais na verdade se baseiam em “mitologias contemporâneas”, o pensamento social produzia e fundamentava, ou melhor, produz e fundamenta a continuidade e manutenção do status quo. Então, “À medida que rasguei o dogma capitalista, comecei a conhecer a sociedade e a história com mais prazer, compreendendo mais a verdade”.


O Estado enquanto poder social se vincula ao monoteísmo, como entidade sagrada, “O Estado nação era a mais sagrada de todas as coisas”. Se torna então, “a questão social mais complicada na sua história”. Num primeiro momento o desejo do autor era “um governo democrático [...], mas entendi melhor o significado dos conceitos de poder e de Estado”, e esse Estado “em termos de sociedade, não poderia levar a soluções saudáveis e práticas”.


É quando se aproxima e desenvolve “os conceitos de modernidade democrática, Nação Democrática e Autonomia Democrática”, vincula melhor laços de comunidades e locais, frente ao Estado e à tentativa de centralização “como o modelo único e absoluta hoje”. E o socialismo só poderia aceitar a violência sob a condição de autodefesa. Principalmente se levando em conta que “a violência de qualquer natureza só [é] válida para monopólios de poder e exploração”. O Estado e as elites classificam até hoje quem luta por liberdade como “terrorista”, para manter pressionando “todos os setores da sociedade sob opressão e exploração”.


E sendo assim, “quer os chamemos de socialistas, pró-liberdade, democratas ou comunistas, todos aqueles que se acreditam revolucionários devem se opor e combater civilizações baseadas na opressão e exploração pela elite, a metrópole e o poder, assim como os estilos de vida dominantes”. Só sob a forma comunal, segundo Abdullah, pode ser uma vida livre, reafirmando a responsabilidade sobre a questão da mulher na sociedade moderna capitalista, fonte chave da revolução e luta em Rojava. “Assim, quando e onde quer que eu esteja, quando surgir uma possibilidade de libertação, é natural que eu esteja em constante luta com qualquer discurso e estilo de ação necessário, pois a comunalidade da qual me esforço para fazer parte, para os curdos que sofrem a realidade mais trágica disto, para a realização da nação democrática que é o caminho para uma solução e emancipação, para a União das Nações Democráticas que é o caminho para uma solução e emancipação para todos os povos do Oriente Médio, começando por seus vizinhos, e para a União das Nações Democráticas que é o caminho para uma solução e emancipação para todos os povos do mundo do qual fazem parte, continuarei marchando com meu caráter verdadeiro”.

Já Marighella aparece aqui de outra forma, numa outra pegada. Aqui temos textos redigidos no enfrentamento militante contra a instituição prisional, que já em 1936 havia preso o camarada Prestes, e sendo “um dos múltiplos aspectos da luta que sustentamos”, é, segundo o autor, “dever de cada militante do Partido, em caso de prisão, ter na polícia uma conduta irrepreensível, e que significa portar-se com dignidade e recusar-se honradamente a fazer declarações que de qualquer forma possam prejudicar o Partido”.


Se de um lado buscamos entender mais a aparência e o conteúdo das prisões, agora passaremos a olhar para a nossa autodefesa. Nesse momento Marighella segue a ideia de Dimitrov, do partido como centro, inclusive da vida privada, com o Partido encabeçando “o Estado-maior da revolução”. Colocando, nisso, a perseguição feita ao Partido, enquanto organização, por parte dos setores da burguesia. Tendo sofrido com a violência fascista no governo de Vargas, mas também no movimento nacional libertador, chegando nos “novos métodos de repressão dos governos de Dutra e Getúlio, métodos norte-americanos”, que se aproximavam das forças nazistas. Toda essa experiência preparou esses militantes para lutar com “a reação policial”, e também sobre “saber enfrentar com serenidade e firmeza, desde o momento mesmo da prisão, todas as brutalidades policiais”. Com novos militantes aparecendo, e sem essa experiência, surge essa tentativa de Marighella de formar militantes para saber “qual o comportamento que devem ter diante da repressão policial, qual a atitude que deve assumir um membro do Partido frente à polícia em caso de prisão”.


O exemplo de Abdullah Ocallan acaba por confirmar o que era dito por Marighella, já que a prisão dele teve como “objetivo fundamental [...] liquidar a organização”, por isso recorrem à violência e à provocação política, desmoralizando e atacando toda a militância da organização. E, seguindo o movimento de luta, não se pode permanecer passivo frente à essas situações, mas protestar, e para isso existem várias formas, os livros escritos na prisão, com Rosa, Gramsci ou Ocallan, são grande exemplo disso. “A atitude do protesto no momento da prisão serve para despertar as massas contra a política e, no mínimo, dificulta a ação repressora, obrigando-a a uma dispersão de forças cada vez maior”.


Na minha cabeça aparece a cena do Oruam, que antes dessa prisão permanente, havia sido detido, mas ao ser liberado foi recebido por uma massa enorme de pessoas. Mas protestar também é garantir os direitos, nos limites possíveis. E, ainda, diz Marighella, “cabe a cada militante tomar a iniciativa de organizar os demais camaradas presos em coletivo que discuta os problemas práticos e oriente a todos”. Além de reforçar para nunca confiar nas polícias, já que a função delas é descobrir mais como dobrar e desmantelar a organização. 


Seja a pena de morte como ameaça, ou ainda a prisão perpétua colocada por nosso primeiro autor, segundo ele mesmo, foram formas de mexer psicologicamente com ele e com o movimento. São formas diferentes de desestruturar a organização, enquanto se tortura a pessoa. E somente “a convicção revolucionária, e a consciência do dever cumprido, que podem dar ao militante comunista essa capacidade de resistência as brutalidades policiais”.


Carlos Marighella, então, frente às prisões e às polícias, destaca que não é apenas um elemento prático, uma forma de se comportar QUANDO acontece algo nas nossas vistas, “mas antes, de tudo e fundamentalmente, [é] um problema ideológico”, dizendo: “a elevação do nível ideológico e político de todo o Partido é justamente por isso uma das medidas mais importantes para assegurar a cada militante as armas de classe que lhe permitam enfrentar com segurança em si mesmo a reação policial por mais brutal que possa ser”.

Colocar Steve Biko, Roseli Salete Caldart, Abdullah Ocallan e Carlos Marighella para conversar não foi mero acaso!


A ideia era realmente trazer essa combinação que conecta pensando a África do Sul e a ideia de consciência racial, com a ideia de consciência de classe e de uma pedagogia fora da sociedade ocidental capitalista. É o mesmo tempo que observamos de um lado a chance de com nossos alicates romper as cercas, entender que mesmo fora das prisões, estamos acorrentados e precisamos nos mover. “Mesmo algemados e nos cárceres da reação, somos mais fortes e poderosos do que eles, porque representamos o socialismo que nasce contra o capitalismo que morre”.


E encerramos com “uma carta do jovem búlgaro Jordan Lativodeski, de 8 de maio de 1935, pouco antes de ser executado na prisão de Varna”:


Para este estado maldito do capitalismo não vejo outra saída senão a apontada pelo meu Partido e essa saída conduz a libertação econômica e política completa do proletariado e dos trabalhadores. E se a burguesia búlgara entende de condenar-me a morte, isso quer dizer que permaneci filho fiel da minha classe. E isso bastará para vós, para Ilyich [seu filho] e para Mara [com quem era casado]. Sim, morte; mas Ilyich saberá porque seu pai lutou e caiu nessa luta; saberá que preferiu cair na luta a cobrir-se de vergonha”.


Final


Bibliografia:


  1. Escrevo o que eu quero. Steve Biko. Editora Veneta.

  2. Sobre a minha vida carcerária na Ilha de Imrali. Abdullah Öcallan. Editora Terra Sem Amos. (central)

  3. Se fores preso, camarada…. Carlos Marighella. Editora Terra Sem Amos. (central)

  4. Site da autonomia literária (#MorcegonaAutonomia cupom de 20% de desconto): Autonomia Literária – Resistênciais globais, publicações locais

  5. Revista Clio Operária: Clio Operária | Revista

  6. Site Editora Terra Sem Amos: Loja online de Editora Terra sem Amos

  7. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Roseli Salete Caldart. Expressão Popular (citações desde Sebastião Salgado até esse ponto).

 
 
 

Comentários


bottom of page